Destes, 18% devem ser na população da região Sul. Para chamar a atenção à doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Março Azul-marinho.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou, no início do ano, a estimativa de novos casos por câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil: mais de 45 mil só em 2023, sendo cerca de 18% deles apenas na população da região Sul. Os dados colocam este tipo de câncer como o terceiro mais prevalente em homens e mulheres. “E o que nós vemos é uma curva em ascensão, ou seja, cada vez mais a incidência é maior”, pontuou Dr. Muhamed Ali Hijazi (CRM-PR 36402|RQE: 28225|RQE: 27963), médico coloproctologista e um dos responsáveis pelo tratamento da doença no Centro de Oncologia do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC).

Segundo o profissional, hábitos do dia a dia como alimentação inadequada, tabagismo, obesidade entre outros, estão relacionados a este aumento do número de casos. “Temos visto o quanto os alimentos industrializados e ultraprocessados têm ganhado mais espaço na alimentação da população brasileira. A falta de atividades físicas, o sedentarismo, tudo isso contribui para o câncer colorretal”, explicou.

Este tipo de câncer está associado ao aparelho intestinal que compreende tumores no intestino grosso, cólon, reto e ânus. Ainda que seja um dos mais incidentes, é tratável e curável quando o diagnóstico é feito precocemente. “Temos visto cada vez pacientes mais jovens com câncer , por isso é preciso ficar atento a alguns sinais, como sangue nas fezes, mudança do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, alteração na forma das fezes, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e massa (tumoração) abdominal”, salientou o profissional.

No Centro de Oncologia do Costa Cavalcanti, em 2022, 152 pacientes foram encaminhados para triagem e 26 tiveram biópsia positiva. Já em 2023, de 13 encaminhamentos, dois já foram diagnosticados com o câncer de intestino.

“É preciso pequenas mudanças de hábitos para se evitar a doença: praticar atividade física, evitar o consumo de carne processada, limitar o consumo de carne vermelha na semana, evitar consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e comer alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes e grãos, são formas de trabalhar para evitar a doença”, destacou Dr. Hijazi.

O diagnóstico do câncer colorretal é feito por análise de sangue oculto nas fezes, às vezes invisíveis a olho nu. Se houver suspeita, a colonoscopia pode ser necessária para confirmar e tratar as lesões. Pacientes com 45 anos de idade ou mais, e sem histórico familiar da doença, devem realizar a colonoscopia como exame de rastreio.